Compreendendo os surdos como sujeitos que transitam em diferentes contextos de uma identidade comunitária, Perlin critica o saber ouvintista, isto é, o saber ouvinte em relação aos direitos e demais aspectos da vida dos surdos e ressalta as múltiplas identidades surdas: híbridas, de transição, incompletas e flutuantes; relacionando-as aos diferentes níveis de pertencimento e envolvimento com a comunidade surda e com o movimento surdo (PERLIN, 2011).
O que se pretende reivindicar como uma identidade, no caso dos surdos, é:
✂️ a) poder fazer parte da vida social, tendo, porém sua diferença marcada exatamente para ser respeitada, como pessoas com formas distintas de apreensão do mundo e linguagem, o que implica diferentes formas de compreensão de ideias e expressão de pensamento ✂️ b) favorecer grupos minoritários e marginalizados a expressarem-se, assim a atenção se volta para a luta pelo reconhecimento, empreendida por pessoas surdas e em particular para a representação política das lideranças do movimento social dos surdos, e para as contestações em torno da definição de "bem comum" revelada pelos membros dessa coletividade ✂️ c) o respeito a sua língua, identidade e cultura e a não obrigatoriedade da imposição do português escrito em sua vida cotidiana ✂️ d) propor uma reflexão sobre como o surdo vê o ouvinte e sobre como ele vê seus pares numa linha dialógica entre os contrastes existentes entre o universo surdo e ouvinte