A história da educação de surdos no mundo
é marcada por movimentos educacionais intensos,
ora em defesa do uso de sinais ou métodos combinados, ora em defesa da oralidade. Dentre os diversos congressos internacionais que discorriam sobre
essa matéria Rodrigues, Vieira-Machado e Vieira
(2021), ao se apoiarem em documentos históricos,
problematizam o risco de tomar o Congresso de
Milão, 1880 como um espaço exclusivo de deliberações sobre a escolarização de surdos no mundo.
Com base nesses autores, o Congresso de Milão:
✂️ a) Resultou na proibição absoluta e imediata
das línguas de sinais em todo o mundo, o
que perdurou pelos 100 anos seguintes dentro e fora da escolas, relegando as línguas de
sinais à marginalização em todos os países
simultaneamente. ✂️ b) Impactou o uso das línguas de sinais de diferentes formas nos demais países, o que se pode
perceber pelos registros de outros congressos
internacionais não representando, no entanto, a proibição das línguas de sinais de forma
imediata e simultânea em todos os países. ✂️ c) Determinou majoritariamente que o uso de
sinais representava um avanço secular para
escolarização formal de surdos na Europa
sob a égide dos ensinamentos de L’Epée e
a crescente contratação de instrutores surdos
na Europa. ✂️ d) Deliberou que o método oral impactava positivamente a educação de surdos, mas tal
efeito decorria da capacidade inicial dos surdos em utilizarem a língua de sinais, isto é,
o método oral deveria ser complementar à
língua de sinais.