Em investigação de grande repercussão, o Ministério Público
Federal (MPF) celebrou acordo de colaboração premiada com
diversos investigados, resultando na devolução voluntária de bens,
valores e ativos obtidos ilicitamente. O MPF propôs, no próprio
termo de colaboração, a destinação dos valores restituídos a um
fundo regional de educação e à estrutura de combate à corrupção
da própria instituição. O Juízo homologou o acordo nos termos
propostos.
Destaca-se que inexiste expressa e específica previsão legal
quanto à destinação das receitas aqui citadas.
Sobre a hipótese narrada, com base no entendimento do Supremo
Tribunal Federal, assinale a afirmativa correta.
✂️ a) A destinação dos valores a projetos públicos definidos no
acordo é válida por analogia à regra do Código Penal, que
autoriza a restituição do produto do crime ao ofendido. ✂️ b) A aplicação imediata dos valores devolvidos diretamente a
projetos do MPF é compatível com sua autonomia financeira,
desde que haja previsão orçamentária em rubrica interna
própria e homologação judicial. ✂️ c) A participação do MPF no processo orçamentário
constitucional inclui iniciativas orçamentárias irrestritas,
materializada pela autonomia administrativa e financeira a ele
conferida pela Constituição Federal. ✂️ d) A destinação direta de receitas públicas recuperadas por meio
de colaboração premiada viola o princípio da universalidade
orçamentária, pois retira tais ingressos da apreciação
legislativa e da consolidação das receitas e despesas na Lei
Orçamentária Anual. ✂️ e) A destinação de valores oriundos de acordos de colaboração
premiada é matéria afeta exclusivamente ao Poder Judiciário
e ao MPF, em razão da natureza extrapatrimonial e
excepcional desses recursos, o que dispensa o processo
legislativo orçamentário.