A inauguração da TV Tupi de São Paulo foi um marco para a história da comunicação no Brasil. Do senso de visão de Chateaubriand, que resolveu adquirir os equipamentos produzidos pela empresa norte-americana RCA Victor, ao improviso, como na resolução da falha em uma das três câmeras do estúdio na estreia da emissora, o fato é que a TV Tupi serviu de parâmetro, por décadas, para as demais emissoras. Telenovelas, programas jornalísticos, de auditório, concursos de misses, enfim, formatos que trouxeram audiência e publicidade, além de possibilitar a experimentação de outras estruturas narrativas naquele suporte. Entretanto, as quase três décadas de produção e a relação afetiva com os telespectadores não impediram a crise. Dentre as principais razões que explicam o fim da TV Tupi, com a derradeira publicação no Diário Oficial de 18 de julho de 1980, que declarou peremptas as concessões do grupo Associado, estão:
✂️ a) morte de Assis Chateaubriand e compra do grupo por empresas norte-americanas que priorizaram programação gravada em vez de ao vivo; ✂️ b) consolidação da Rede Globo de Televisão e da TV Manchete e a acirrada competição por audiência com emissoras apostando em transmissão patrocinada de partidas de futebol; ✂️ c) obsolescência do equipamento técnico e perda de casting televisivo para emissoras concorrentes; ✂️ d) repartição do espólio de Assis Chateaubriand aos funcionários do grupo e desvalorização das ações da empresa; ✂️ e) falta de investimentos para renovação técnica e tecnológica e greves recorrentes de funcionários por falta de pagamento.