Teclado amazônico
Em novembro de 2023, uma professora indígena
recebeu uma missão: verter as regras de um jogo de
tabuleiro infantil do português para o tukano, sua língua
nativa. Com vinte anos de experiência como professora
de línguas em Taracuá, no Amazonas, ela já se dedicava à
tradução havia tempos. O trabalho ficou mais fácil graças
a um aplicativo lançado no ano anterior: com o Linklado
em seu computador, ela traduziu as sete páginas das
instruções do jogo em dois dias. Sem esse recurso, a tarefa
seria bem mais trabalhosa. Antes dele, diz a professora,
as transcrições de línguas indígenas exigiam o esforço
quase manual de produzir diacríticos (acentos gráficos)
e letras que não constam no teclado de aplicativos de
mensagens ou programas de texto.
Para a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia (Inpa), idealizadora do aplicativo, o Linklado
representa uma revolução. O programa não restringe
combinações de acentos, e isso poderá facilitar a criação
de representações gráficas para fonemas que ainda não
têm forma escrita. “Eu mirei em uma dor e atingimos várias
outras”, diz.
“O Linklado possibilita que o Brasil reconheça a sua
diversidade linguística”, afirma uma antropóloga que é
colega da pesquisadora no Inpa e faz parte da equipe do
aplicativo. Ela defende que escrever na língua materna é
uma das principais formas de preservá-la.
Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br.
Acesso em: 3 fev. 2024 (adaptado).
De acordo com esse texto, o aplicativo Linklado contribuiu
para a
✂️ a) criação de fonemas representativos de línguas indígenas
no meio digital. ✂️ b) democratização do registro escrito de línguas dos povos
originários. ✂️ c) adaptação de regras de jogos de tabuleiro de origem
indígena. ✂️ d) divulgação das técnicas de tradução de línguas indígenas. ✂️ e) aprendizagem da lingua portuguesa pelos indígenas.