Leia as considerações sobre xamanismo de Els Lagrou,
antropóloga especializada em estudos ameríndios:
“A consciência de que tudo está conectado e que todas as ações
produzem reações, não somente gestos como também palavras,
imagens vistas e pensamentos cultivados, é o que subjaz ao
conhecimento xamanístico. Entre os Huni Kuin (Kaxinawá), o
xamã se expressa pela performance e pelo canto que produz as
visões, permitindo guiar as pessoas que participam desse ritual e
ensinando-as a ver aquilo que se procura ver e, principalmente, a
não se perder sob o efeito de bebidas visionárias. No caso dos
Kaxinawa, os desenhos ganham um papel crucial nesse mundo
visionário, pois eles são como caminhos que permitem ‘ver’ a
realidade sob diferentes perspectivas”.
(Adaptado de https://revistausina.com/2015/07/15/entrevistacom-els-lagrou/) No trecho acima, o fenômeno do xamanismo é interpretado
como:
✂️ a) rede de significação que organiza mitos e permite estruturar
as hierarquias sociais reproduzindo as assimetrias de poder; ✂️ b) sistema relacional e perspectivista ligado à arte e à
cosmologia, em que os desenhos corporais representam
mapas do universo espiritual; ✂️ c) a diplomacia indígena foca no direito à terra, à
autodeterminação e à proteção ambiental enquanto
interesses nacionais dos nove estados da Amazônia; ✂️ d) os líderes comunitários falam em nome dos interesses
geoestratégicos, econômicos e ambientais dos respectivos
governos, uma vez que precisam acionar o direito e os
acordos internacionais de que seus países são signatários; ✂️ e) as pautas indígenas são veiculadas mediante estratégias do
ativismo político tradicional, utilizando canais como
sindicatos e organizações de trabalhadores, além de
manifestações públicas e greves.