Lygia Sigaud foi uma antropóloga brasileira que se dedicou aos
estudos das relações sociais no campo. No seu artigo Se eu
soubesse , a autora descreve as relações entre trabalhadores e
patrões da seguinte forma:
"Do ponto de vista do observador, a ‘casa de morada’, a terra e a
proteção constituíam obrigações patronais, assim como não
trabalhar fora e ser leal ao patrão correspondiam a obrigações
dos moradores. Para esses, apenas as suas obrigações eram
percebidas enquanto tais. As do patrão eles representavam como
dons, como sinais de sua bondade, e sentiam-se, portanto,
devedores. Desincumbir-se com afinco de suas obrigações era a
forma de retribuir. De sua parte, o patrão se concebia como um
doador: aquilo que concedia ao seu morador atestava apenas a
sua generosidade e não era vivido como uma obrigação. Ser
generoso era um valor e o prestígio dos patrões se media pelos
sinais exteriores de sua magnanimidade. O não cumprimento de
suas obrigações punha em risco o prestígio do patrão perante os
pares e os moradores e configurava uma dívida, ainda que ele
não se concebesse como um devedor” (Sigaud, 2012, p. 130). A teoria das trocas que embasa a descrição e a análise da autora é:
✂️ a) a teoria da moral; ✂️ b) a teoria da dádiva; ✂️ c) a teoria do substantivismo; ✂️ d) a teoria do mercado primitivo; ✂️ e) a teoria do formalismo econômico.