A escola que os alunos da Educação de Jovens e Adultos
têm em seu imaginário, nem sempre é aquela com que se
deparam nos primeiros dias de aula. Nesses casos, esperam
encontrar um lugar onde predominam aulas expositivas,
com pontos copiados da lousa, onde o professor é o único
detentor do saber e transmite conteúdos que são recebidos
passivamente pelo aluno. [...] Muitos, ao se depararem com
uma aula na qual são convidados a pensar juntos, em grupo,
a aprender com a música, a poesia, o jornal, a fazer
matemática com jogos e cálculos diversos, construir
projetos, estranham, resistem e acreditam não ser esse o
caminho para aprender o que a escola ensina. Neusa, uma
aluna de EJA, descreve bem esse quadro:
“Na primeira semana de aula, eu estava muito assustada,
não entendia nada, tudo era diferente. Cheguei até a pensar
em desistir, mas criei coragem e continuei, e hoje estou
muito feliz”.
Este cenário poderá ser transformado na medida em que:
✂️ a) a unidade escolar obrigue os alunos dessa modalidade de
ensino a frequentarem as aulas e realizarem as tarefas
integralmente, como condicionantes para aprovação. ✂️ b) a escola investir no acolhimento desse aluno, que é
alguém especialmente receptivo à aprendizagem, repleto de
curiosidade e que vai para a sala de aula desejoso de novas
experiências. ✂️ c) a escola mude sua maneira de trabalhar os conteúdos,
tratando-os como os alunos desejam, com aulas expositivas,
temas copiados, fazendo os alunos felizes dessa forma. ✂️ d) ignorando os anseios dos alunos dessa modalidade de
ensino visto que logo desistem das aulas e as turmas são
fechadas.