Dois Estados de determinada região do Brasil foram atingidos por
chuvas de tal magnitude que o fenômeno foi identificado como
calamidade de grandes proporções na natureza. A ocorrência gerou
graves ameaças à ordem pública, e o Presidente da República, após
ouvir o Conselho da República e o de Defesa Nacional, decretou o
estado de defesa, a fim de reestabelecer a paz social.
No decreto instituidor, indicou, como medida coercitiva, a ocupação
e o uso temporário de bens e serviços públicos dos Estados atingidos,
sem direito a qualquer ressarcimento ou indenização por danos e
custos decorrentes.
Segundo o sistema jurídico-constitucional brasileiro, no caso em
análise,
a) houve violação ao princípio federativo, já que o uso e a ocupação
em tela importam em violação à autonomia dos Estados atingidos
pela calamidade natural de grandes proporções.
b) a medida coercitiva é constitucional, pois a decretação de estado
de defesa confere à União poderes amplos para combater,
durante um prazo máximo de noventa dias, as causas geradoras
da crise.
c) a medida coercitiva em tela viola a ordem constitucional, pois a
União deve ser responsabilizada pelos danos e custos
decorrentes da ocupação e uso temporário de bens e serviços de
outros entes.
d) a medida coercitiva, nos termos acima apresentados, somente
será constitucional se houver prévia e expressa autorização de
ambas as casas do Congresso Nacional.