Ao analisar o português brasileiro, Berlinck, Augusto e
Scher (“Sintaxe”, em Mussalim e Bentes [orgs.], Introdução à linguística : domínios e fronteiras, 2005), observam
que
a) o paradigma flexional, que poderia sofrer mudanças
pela inclusão de novas formas de tratamento, mantém-se inalterado e impermeável a influências de
fala, notadamente entre os jovens.
b) a forma “tu” ainda apresenta uso expressivo entre os
falantes, apesar da entrada da forma “você”, e seu
emprego tem implicado o uso da forma verbal de 2a
pessoa do singular, em todos os contextos.
c) a forma de sujeito expresso por pronome é tendência
do português atual, além da manutenção de “você” e
“tu” como formas alternativas, representando distinções entre formalidade e informalidade.
d) a forma com sujeito duplo, representada por substantivo retomado a seguir por pronome, tem uso restrito na língua, havendo, porém, uso reiterado nos
textos literários dos autores contemporâneos.
e) a forma “a gente” entrou como substituto do pronome “nós” e, em termos de combinação com a forma
verbal de 3a
pessoa do singular, contribuiu para simplificar ainda mais o paradigma verbal.