A respeito da função social da alfabetização, leia os trechos a
seguir que sintetizam a posição de dois importantes teóricos,
Paulo Freire e Delia Lerner.
I. Minha impressão é que a escola está aumentando a distância
entre as palavras que lemos e o mundo em que vivemos. Nessa
dicotomia, o mundo da leitura é só o mundo do processo de
escolarização, um mundo fechado, isolado do mundo onde
vivemos experiências sobre as quais não lemos. A leitura da
escola mantém silêncio a respeito do mundo da experiência, e
o mundo da experiência é silenciado sem seus textos críticos
próprios.
Adaptado de LEITE et al. Uma entrevista polifônica e virtual com Paulo Freire. In:
ZACCUR, E. (Org.). A magia da linguagem. Rio de Janeiro: DP & A, 1999, p. 22.
II. O ensino gradual de elementos isolados fragmenta e
descontextualiza a leitura. Ler é entrar em outros mundos
possíveis. É indagar a realidade para compreendê-la melhor. É
se distanciar do texto e assumir uma postura crítica frente ao
que se diz e ao que se quer dizer. É tirar carta de cidadania no
mundo da cultura escrita.
Adaptado de LERNER , Delia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o
necessário. Porto Alegre: Artmed, 2002, p. 73. Considerando os trechos, é correto afirmar que, para ambos,
✂️ a) as práticas de alfabetização então vigentes aproximavam a
escola da vida, das experiências plurais e desiguais dos
educandos. ✂️ b) o sentido social do ensino da língua escrita pressupõe e implica
a assunção do compromisso político da educação. ✂️ c) a escola reconhecia e considerava as diversas linguagens e a
multiplicidade de práticas letradas dos grupos sociais. ✂️ d) o novo paradigma do ensino da língua escrita pressupunha
homogeneizar os diversos códigos vigentes e fortalecer a
norma culta. ✂️ e) a aprendizagem da escrita é um processo cujo êxito depende
da capacidade de absorção dos mecanismos convencionais de
codificação.