A configuração da Nutrição como disciplina
científica e profissão regulamentada foi marcada por
intersecções entre paradigmas biomédicos, demandas
epidemiológicas, disputas de campo e políticas de
saúde. A análise historiográfica do processo brasileiro,
como discutem Kuhn (1962), Vasconcelos (2001) e
Prado & Bosi (2019), evidencia que a institucionalização
não se explica por uma narrativa linear, mas por
negociações epistemológicas e sociopolíticas.
Considerando esse quadro, assinale a proposição mais
adequada:
✂️ a) A constituição da Nutrição no Brasil decorreu
exclusivamente de descobertas fisiológicas,
dispensando políticas intersetoriais e disputas
por legitimidade entre profissões. ✂️ b) A trajetória da Nutrição rejeitou referenciais
europeus e norte-americanos, limitando-se a
iniciativas locais isoladas em políticas públicas. ✂️ c) O reconhecimento científico consolidou-se sem
controvérsias disciplinares, ocorrendo de modo
linear e consensual entre saberes biomédicos,
sociais e epidemiológicos. ✂️ d) A profissionalização do nutricionista
independeu de legislação, associações de
classe ou interação com programas nacionais
de saúde e nutrição. ✂️ e) A emergência da Nutrição vinculou-se ao
diálogo entre experimentação laboratorial,
políticas de combate à fome, disputas
epistemológicas e construção de um campo
profissional próprio.