Segundo Paulo Freire (Pedagogia do Oprimido, 1994), “O que não se pode realizar, na práxis revolucionária, é a divisão absurda entre a práxis de liderança e a das massas oprimidas, de forma que, a destas, se restringisse a seguir as determinações da liderança”. De acordo com essa passagem, Freire enfatiza que:
✂️ a) a dialética acima descrita é condição fundamental para o restabelecimento do poder nas mãos do povo e a construção, por parte deste, de uma escola que atenda às suas demandas mais prementes; ✂️ b) essa dicotomia existe, como condição necessária, na situação de dominação, em que a elite dominadora prescreve e os dominados seguem as prescrições; ✂️ c) a dialética apresentada torna-se a condição que impossibilita a formação crítica nas escolas brasileiras e o consequente fenômeno de exclusão em massa; ✂️ d) é justamente essa dicotomia que cria as melhores condições para a ascensão do proletariado ao poder e a reconstrução de uma sociedade como novas bases políticas; ✂️ e) o antagonismo constitutivo das sociedades modernas, fomentado pelos regimes disciplinares e antidemocráticos depende diretamente dos processos políticos aos quais elas estão sujeitas.