Texto I No período de descolonização apelam para a razão dos colonizados. Propõem a eles valores seguros [...] que é preciso apoiar-se em valores [...] bem avaliados. Ocorre porém que, quando um colonizado ouve um discurso sobre a cultura ocidental, ele saca o seu facão ou pelo menos se certifica de que o tem em seu alcance. A violência com a qual a supremacia dos valores brancos se afirmou [...], faz com que, por meio de uma justa inversão das coisas, o colonizado ria com escárnio quando esses valores são evocados diante dele. FANON, Frantz. Os condenados da terra . Rio de Janeiro: Zahar, 2022. Texto II Duvido muito que a não violência possa ser um princípio, se entendemos por princípio uma regra consistente, passível de ser aplicada com a mesma confiança e da mesma maneira a toda e qualquer situação. [...] A pergunta pertinente, portanto, se torna: em que condições somos receptivos a essa reinvindicação, o que torna possível aceitar a reinvindicação quando ela surge, ou melhor dizendo, o que possibilita o surgimento da reivindicação. BUTLER, Judith. Quadros de guerra : quando a vida é passível de luto?. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2017. No ensino de história, o(a) professor(a), ao abordar temáticas relativas ao conceito discutido pelos textos, deve levar em consideração a
a) pluralidade de perspectivas históricas, problematizando os diferentes tipos e usos da violência.
b) complexidade do conceito de violência, identificando as técnicas de guerra do neocolonialismo.
c) diversidade de períodos históricos, avaliando a prática da não violência como algo hegemônico.
d) heterogeneidade de sujeitos históricos, citando o interesse da não violência pelos colonizados.
e) desigualdade das relações étnico-raciais, enfatizando o extremismo de grupos sociais excluídos.