Leia o texto a seguir:
Existem inúmeros relatos de experiências de estudos do meio realizadas por professores de História. A
maior parte delas ocorre em cidades históricas, lugares
com monumentos históricos consagrados. A preferência
por estudos do meio em cidades com esse perfil indica
a necessidade de deter-se na concepção de patrimônio
histórico e na constituição dos “lugares da memória” da
sociedade brasileira.
(Circe Maria Fernandes Bittencourt, Ensino de História: fundamentos e
métodos . São Paulo: Cortez, 2008. Adaptado)
De acordo com Circe Bittencourt, é importante ter critérios na escolha dos lugares de estudo do meio, pois
✂️ a) nem todos os espaços têm uma história significativa
que deixou marcas e que tem relevância histórica ou
reconhecimento social, o que pode resultar na valorização artificial de lugares sem importância cultural
para a sociedade brasileira. ✂️ b) os monumentos históricos costumam ser marcos de
pessoas poderosas ou do poder oficial, o que faz
com que sejam vistos como construtores da memória histórica que devem constituir o repertório central
dos alunos no contato com o patrimônio. ✂️ c) a limitação do estudo a espaços considerados
monumentos históricos pode conduzir os alunos a
equívocos sobre a própria concepção de história e
sedimentar a ideia de que a memória histórica deve
ater-se apenas a determinadas esferas de poder. ✂️ d) os marcos históricos reconhecidos publicamente como patrimônio são áreas consagradas pela
memória das elites, o que permite ao aluno conhecer as tradições da cultura nacional sem deslocar-
-se por áreas de grupos historicamente marginalizados. ✂️ e) as fontes históricas não escritas, como as construções, os telhados das casas, o planejamento urbano e a memória oral das pessoas comuns
são documentos históricos secundários, de menor
relevância em comparação com as fontes escritas.