No curso de processo de apuração de ato infracional análogo a
crime de furto qualificado, o adolescente Breno, internado
provisoriamente e devidamente assistido no ato por sua genitora,
presente o(a) seu(ua) advogado(a), confessou a prática do ato
durante a audiência de apresentação.
Diante da confissão do adolescente, o Ministério Público desistiu
da oitiva das testemunhas arroladas na representação, sob o
fundamento de que a admissão dos fatos por Breno tornava
desnecessária a produção das demais provas, postulando, na
sequência, pela procedência da pretensão socioeducativa, com a
aplicação de medida socioeducativa em meio aberto ao
adolescente, tendo a defesa concordado com o pleito ministerial.
O Juiz acolheu o pedido, dispensou as provas também requeridas
pela defesa e, ao final, proferiu sentença aplicando medida de
liberdade assistida ao adolescente, expedindo mandado de
desinternação.
O(A) advogado(a) do adolescente interpôs recurso de apelação
contra a sentença, alegando nulidade absoluta por cerceamento
de defesa, uma vez que foram violados os princípios do
contraditório e da ampla defesa.
Com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, na
jurisprudência dominante do STJ e nos princípios constitucionais
aplicáveis, assinale a afirmativa correta.
✂️ a) A confissão do adolescente em juízo, por si só, ostenta pleno
valor probatório, sobretudo quanto colhida em juízo e na
presença da defesa técnica, sendo válida a sentença
fundamentada unicamente nesse meio de prova, haja vista o
princípio da livre convicção do Juiz. ✂️ b) A desistência das demais provas, com fundamento exclusivo
na confissão do adolescente, configura nulidade, pois
compromete o contraditório e a ampla defesa, não ilidindo o
Ministério Público de seu dever de produzir provas e
demonstrar a responsabilidade do adolescente. ✂️ c) Considerando a confissão espontânea do adolescente em
juízo, devem prevalecer os princípios da brevidade e da
celeridade processual, não havendo assim de se falar em
nulidade da sentença, sobretudo porque se tratava de ato
infracional praticado sem grave ameaça ou violência, que não
ensejaria a aplicação de medida restritiva ou privativa de
liberdade. ✂️ d) Como o adolescente estava assistido por advogado e seu
responsável legal, a sua confissão é considerada ato jurídico
perfeito, apto a dispensar a produção probatória, devendo
prevalecer o princípio da verdade real sobre o formalismo
processual, nos termos da jurisprudência dominante do STJ. ✂️ e) O advogado do adolescente não pode arguir a nulidade da
sentença, sob pena de abuso do direito de defesa e incidência
do princípio da proibição do comportamento contraditório
(venire contra factum proprium ), uma vez que anuiu com a
dispensa das provas.