Paulo outorgou, por instrumento particular com firma
reconhecida, mandato à sua amiga Carla, conferindo-lhe poderes
gerais para administrar seus bens enquanto estivesse em viagem
internacional de longa duração. A procuração não continha
poderes expressos para alienação de bens.
Durante esse período, Carla vendeu um automóvel de propriedade
de Paulo a um terceiro, João, agindo como sua procuradora. No
contrato de compra e venda, Carla assinou expressamente em
nome de Paulo, declarando atuar como sua mandatária.
Ao retornar ao Brasil, Paulo, inconformado com a alienação,
moveu ação para reaver o automóvel, sustentando que Carla não
possuía poderes específicos para vender o bem, tornando o ato
ineficaz. João, por sua vez, alegou boa-fé e exigiu que Carla fosse
responsabilizada por eventuais perdas e danos.
Considerando os dispositivos legais aplicáveis ao contrato de
mandato e à responsabilidade do mandatário perante terceiros,
assinale a afirmativa correta.
✂️ a) Carla não possui qualquer responsabilidade perante João, pois
agiu em nome de Paulo, e é este quem responde pelos atos
praticados no mandato, ainda que sem os poderes
necessários. ✂️ b) Carla responde pessoalmente perante João, pois agiu além dos
poderes conferidos e não cabe ao terceiro verificar o conteúdo
da procuração apresentada. ✂️ c) Carla não responderá pessoalmente a João, pois os atos
praticados em nome do mandante, mesmo que extrapolados,
obrigam apenas o mandante, sendo o terceiro responsável por
sua própria diligência. ✂️ d) Carla será considerada mera gestora de negócios, uma vez que
excedeu os poderes conferidos na procuração e o ato de
alienação é ineficaz em relação a Paulo enquanto ele não o
ratificar. ✂️ e) Carla não pode ser responsabilizada, pois a venda de bem
móvel não exige poderes especiais do mandatário, sendo
suficiente a outorga de poderes gerais de administração.