Maria, política muito conhecida no cenário nacional, tendo
ocupado por décadas inúmeros cargos de grande relevância nas
estruturas estatais de poder, foi convidada, pelo editor de um
conhecido e tradicional periódico, a participar de uma entrevista
sobre sua vida profissional, com o objetivo de subsidiar
reportagem que seria direcionada especificamente a ela.
Como Maria protagonizara diversas controvérsias em sua atuação
funcional e não mais ocupava qualquer cargo público, decidiu não
conceder a entrevista, de modo a preservar a sua esfera jurídica.
Apesar disso, o referido periódico dedicou uma edição inteira à
análise da vida pública de Maria, realizando críticas ácidas à sua
atuação funcional, o que ocorreu sem que tivesse conhecimento
prévio do teor da matéria, desagradando-a profundamente.
Considerando os balizamentos oferecidos pela sistemática
constitucional, assinale a afirmativa correta
✂️ a) A matéria seria lícita caso fosse adotado o conceito de
reportagem neutral, mas a existência de críticas ácidas
evidencia a sua ilicitude. ✂️ b) Em razão da autonomia da vontade, a negativa de Maria em
conceder a entrevista evidencia a ilicitude da matéria em
relação à análise de sua vida pública. ✂️ c) As liberdades de pensamento e expressão devem preponderar
na situação descrita, abrangendo a realização de críticas, ainda
que sejam consideradas ácidas. ✂️ d) Como a liberdade de expressão sempre prepondera sobre o
direito à honra de personagens públicos, a matéria publicada
pelo periódico apresenta conformidade constitucional. ✂️ e) Apesar de Maria ter ocupado cargos públicos, o que evidencia
o interesse público na matéria, o resultado da ponderação
entre o direito à honra e a liberdade de informação se inverteu
ao deixar de ocupá-los, de modo que aquele direito passou a
prevalecer.