Renata é servidora pública estatutária e exerce a função de fiscal
sanitária no Município de São Gonçalo. Durante diligência
fiscalizatória em um restaurante, Renata identificou
irregularidades que, nos termos da legislação vigente, deveriam
ensejar autuação e interdição do estabelecimento.
No entanto, diante da proposta de pagamento indevido feita pelo
proprietário do restaurante, Renata aceitou o valor, que seria
recebido em parcelas mensais apenas no ano seguinte, e omitiu as
irregularidades em seu relatório. Embora realizada no curso da
função, a conduta não estava vinculada ao exercício de
competência exclusiva.
Diante de tal situação hipotética, assinale a opção correta quanto
à tipificação penal da conduta de Renata.
✂️ a) A tipicidade penal da conduta de Renata depende da prática
efetiva de ato funcional de competência exclusiva, sob pena de
irrelevância penal ante a não afetação do bem jurídico. ✂️ b) Trata-se de crime de concussão, pois a aceitação da vantagem
indevida no exercício da função pressupõe coação implícita ao
particular, nos termos da teoria do domínio funcional. ✂️ c) Trata-se de crime de corrupção passiva, que se consuma com
a aceitação da proposta ilícita, independentemente da prática
do ato de ofício ou pagamento, pois o delito é formal. ✂️ d) Trata-se de crime de prevaricação, pois Renata retardou
intencionalmente ato de ofício, mas não houve exigência ou
solicitação de vantagem. ✂️ e) A ausência de vínculo direto entre a vantagem indevida e a
conduta ativa da funcionária pública descaracteriza a
corrupção, configurando apenas infração disciplinar.